“Precisamos
de mais jornalistas corajosos”, declarou o jornalista investigativo de Ghana,
Anas Aremeyaw Anas
É verdade. Sim. Precisamos. Porquê? Porque estamos a recuar. A regressar no tempo. Os media mainstream estão, de novo, a ser controlados por grandes corporações. O ângulo com que um jornalista escreve uma determinada história é influenciada. É submissa. Depende da inclinação política do meio da comunicação social, se é mais para a direita ou para a esquerda.
O papel do jornalista é vigiar. É informar. É facultar o intercâmbio de informações. É educar a povo. E nesta hierarquia da sociedade, a comunicação social é o 4º poder. Poder esse que se tornou incomodativo para alguns. Os media mainstream já não são leais. É uma educação perigosa. Não se pode aceitar tudo o que vemos, ouvimos ou lemos. É aterrorizante. Importante salientar que quem quer uma informação legítima precisa de procura-la por canais paralelos. Será, agora, o papel do jornalista reeducar a sociedade?
O novo código deontológico do jornalista, publicado a 30/10/2017, reforça:
“3.
O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação
e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É
obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.”
Na democracia a liberdade de imprensa é um direito. Divulgar a informação fidedigna é um dever. O jornalista tem que expor, sempre, a verdade. Mas a verdade é revolucionária. É importuna. Sendo assim, não interessa ao poder instituído. A verdade, também, é perigosa. Até que ponto ser jornalista significa investigar, revelar os fatos e ser morto por isso? Mundialmente, cerca de 50 jornalistas foram mortos em 2018, de acordo com o Committee to Protect Journalists, um grupo de defesa que faz uma contagem anual de jornalistas detidos e mortos. Repórteres Sem Fronteiras, um grupo de defesa internacional, para este ano, coloca os números um pouco mais altos e diz que mais jornalistas foram mortos em conexão com o seu trabalho nos primeiros nove meses de 2018 do que em todo o ano de 2017, (fonte: NY Times). É preocupante. É intimidante. Mas sim, precisamos de jornalistas corajosos! Até que ponto corajosos? Qual é o limite? Quem é que protege?O jornalista eslovaco Jan Kuciak e a sua namorada Martina Kusnirova foram mortos a tiros. Kuciak investigava a fraude fiscal. Kim Wall, uma jornalista freelance sueca, foi assassinada pelo dinamarquês Peter Madsen. Wall foi morta e mutilada depois de embarcar no submarino caseiro para fazer uma entrevista ao Madsen.Daphne Caruana Galizia, a jornalista maltesa foi morta por um carro-bomba perto da sua casa. Estava a trabalhar num dos casos do Panama Papers, investigava documentos que revelaram informações financeiras sobre as contas offshore de altos funcionários.
O
jornalismo é uma profissão que, aparentemente, causa depressão na Rússia. Com
tendência para o suicídio. Maxim Borodin, era repórter do Novy Den, cobriu histórias duras sobre crime e
corrupção política. Incluindo a do Yevgeny Prigozhin, um oligarca acusado em
tentar influenciar a eleição presidencial dos EUA em 2016. Nenhum dos
familiares, nem amigos repararam na sua “depressão” e o jornalista acabou por
se atirar do 5º andar em Yekaterinburg, na Rússia. Ivan Safronov,
investigava a venda de armas russas ao Irã e à Síria, morreu depois de cair de
uma janela do 5º andar. Claro, foi considerado um suicídio. Olga
Kotovskaya lutava pelo controlo da sua estação contra um membro do governo.
A jornalista “caiu” de uma janela do 14º andar. Victor Aphanasenko,
editor de um jornal que investigava ataques paramilitares no sul da Rússia,
morreu ao escorregar na sua casa. Nikolai Gorokhov, investigava a maior
fraude fiscal da Rússia, caiu de uma janela do 4º andar ao tentar mover uma
banheira. (fontes: NYTimes, ABCNews, NPR).
Saindo da Rússia, o que é que aconteceu com o jornalista Jamal Khashoggi? Estamos a viver um clima em que muitos pensam que pdoem se safar ao silenciar os jornalistas. A impunidade é real. E a mudança é obrigatória. Urgente! Ameaçar, aprisionar ou assasinar os jornalistas tornou-se num ato banal para encobrir as falhas do Estado, quando sedesvia dos seus propósitos iniciais.
Saindo da Rússia, o que é que aconteceu com o jornalista Jamal Khashoggi? Estamos a viver um clima em que muitos pensam que pdoem se safar ao silenciar os jornalistas. A impunidade é real. E a mudança é obrigatória. Urgente! Ameaçar, aprisionar ou assasinar os jornalistas tornou-se num ato banal para encobrir as falhas do Estado, quando sedesvia dos seus propósitos iniciais.
"O que precisamos agora é de jornalistas mais corajosos. Jornalistas que estão dispostos a enfrentar a corrupção e a injustiça de frente e se recusam a recuar até que a depravação seja derrotada. O que precisamos são jornalistas que não querem simplesmente entreter, mas que realmente querem fazer a diferença neste mundo", Anas Aremeyaw Anas.
Um jornalista é um soldado. Um guerreiro que continua a avançar, repetindo o código deontológico, que ninguém presta mais a atenção. Para os jornalistas, o interesse público é imprescindível. A sociedade precisa de informação ética, democrática e leal. O compromisso com a verdade é a sua arma!
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